O Dia da Consciência
Negra deve e deveria ser o tema abordado, por ser o
redator um homem “também” negro e
por tratar de um espaço, de cultura, música
e informação para negros. Entretanto,
como não ser redundante, previsível e
insosso? O que seria o Dia da Consciência Negra?
Será que o negro efetivamente tem a consciência
do que significa a data, sua importância e de
sua identidade enquanto agente e paciente nas relações
da comunidade ao redor?
Questiono se têm
ideia de quem foi Zumbi, Martin Luther King, Nelson
Mandela e tantos outros. Se percebem a importância
de cada um, seja em sua época ou nos dias de
hoje. Se a luta de cada um destes ainda está
distante do fim.
Quantos dos que leem,
já foram reprovados em entrevista de emprego
por não possuírem uma tal “boa aparência”?
Quantas já foram aconselhadas a alisar seus cabelos
para passar “credibilidade” ao cliente?
Quantos são cotistas em universidade pública
e ironicamente, também sofreram preconceito por
serem cotistas? Quantos já ouviram que o elevador
de serviço era o outro, mesmo quando eram moradores
do prédio? Quantos já ouviram piadas preconceituosas?
Quantos tiveram o coincidente infortúnio de serem
os únicos passageiros revistados em um ônibus
cheio? Quantos, passaram por diversas e inimagináveis
situações vexaminosas?
Infelizmente não
são poucos, de certo, entretanto há algo
que me mantém ainda mais apreensivo. Quantos
destes têm a consciência de sua real importância
na modificação desse contexto?

Ser negro em um país que de forma velada ainda segrega é muito difícil. Mais difícil ainda, devemos admitir é ser pobre nesse mesmo país. Nem imagino o que deve passar um negro, pobre, nordestino e homossexual... Definitivamente, guardadas as devidas proporções, deve beirar uma tragédia.
Comecemos a refletir
e a mudar isso por nossas atitudes. Devemos ter orgulho
de nosso cabelo crespo, de nossa pele, de nosso sorriso,
de nossas manifestações culturais, incluindo
o samba. Ainda que você não goste da batucada
ou da dança, reconheça que faz parte de
nossa identidade e valorize.
ORGULHE-SE! MANIFESTE-SE!
VALORIZE-SE! LUTE!
Não uma luta
nos moldes propostos por Malcom X, mas uma luta postural
quanto às nossas atitudes. Definitivamente, uma
data para refletir sobre a importância do negro,
sem que este se identifique como tal, torna o 20 de
novembro apenas mais um feriado como tantos outros.
E se por um acaso, arrepender-se
por ter tratado o dia como apenas mais um feriado sem
sentido, não desanime... Ainda restam 364 dias
para praticar e exercitar consciência ambiental,
ética, cidadania, gentileza, respeito ao próximo
e consciência negra, antes do próximo dia
20 de novembro.
http://www.radiorioblack.com.br/a-mistura-e-fina.html
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Tem mais em Radio Rio Black.
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